Redução de rating pela S&P não afetará fundo de resgate europeu, diz diretor
SÃO PAULO - O chefe do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira), Klaus Regling, afirmou nesta terça-feira (17) que o rebaixamento da nota de crédito pela Standard & Poor's terá pouco impacto sobre as operações. Ele também se mostrou confiante de que os investidores em todo mundo continuarão comprando os títulos do fundo.
A linha de estabilidade financeira, constituída para auxiliar as economias europeias em dificuldades, tinha a nota máxima (AAA). Contudo, na véspera, a agência rebaixou a classificação para AA+. "Enquanto a decisão é de apenas uma agência de rating, não há necessidade de se tomar nenhuma medida", defendeu, citando o caso da nota norte-americana que também foi reduzida pela S&P - ação que não foi seguida pela Moody's ou pela Fitch Ratings.
Mesmo com o corte, Regling garantiu que o EFSF manterá a capacidade de empréstimo de € 440 bilhões. "O EFSF tem meios suficientes para cumprir seus compromissos atuais e o potencial programa de ajuste futuro até que o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização) comece a operar em julho de 2012", afirmou o diretor em comunicado.
Para Regling, o fundo tornou-se uma assinatura bem estabelecida no mercado de bônus supranacionais. "O fundo conta com uma base de investidores bem diversificada, tanto em termos regionais quanto em tipos de investidores. O EFSF continuará sendo um emissor de qualidade apoiado por garantias incondicionais e irrevogáveis de todos os países membros da Zona do Euro", disse Regling, em nota.
Compras japonesas continuam
A decisão da S&P parece mesmo não ter tido efeito sobre os investidores, pelo menos sobre os japoneses. O ministro de Finanças do Japão, Jun Azumi, afirmou que o seu país vai continuar comprando os títulos do fundo de resgate da Zona do Euro, mesmo após o rebaixamento. "Não creio que isso coloque em dúvida a credibilidade dos títulos do EFSF de imediato", disse Azumi à imprensa internacional.
O Japão foi responsável por comprar entre 10% e 20% dos títulos emitidos pelo fundo em 2011. "Isto representa um recurso valioso, e não haverá nenhuma mudança imediata em nosso pensamento", acrescentou o ministro japonês.